quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Sal a mais na alimentação
No DN: Portugal é, aliás, o único país da União Europeia em que se morre mais por acidente vascular cerebral (AVC) do que por doença coronária, com um registo superior a 170 mortes por cada 100 mil habitantes, ou seja, cerca de 17 mil óbitos por ano. Uma situação que não é fruto do acaso, mas que está relacionada com os níveis de consumo de sal em Portugal, que estão acima de doze países europeus analisados. Os portugueses ingerem, em média, 12 gramas por dia - o dobro da dose recomendada pela Organização Mundial de Saúde -, contra apenas 7,9 na Dinamarca ou dez gramas em Itália e Espanha, países com dietas aproximadas à portuguesa. Um dos principais alimentos responsáveis por essa diferença é o pão, justamente um dos mais incontornáveis na alimentação diária da população nacional. Um pão português dito normal (sem ser integral) tem em média entre 19 a 21 gramas de sal por cada quilo, contrastando com os 13 gramas no Reino Unido, 15 na Itália, 13 na Suíça ou 15 gramas em França. Ou seja, cada vez que um português consome um pão, ingere entre 1,3 a 2 vezes mais sal que alguns dos seus vizinhos europeus. Um dos pães mais consumidos em Portugal, o "trigo molete", apresenta mesmo níveis exagerados de 25 gramas por cada quilo. Para surpresa de muitos, até o chamado pão "sem sal" tem, ainda assim, mais de seis gramas de sal por cada quilo. E o pão integral apresenta quase 15 gramas por cada quilo. A situação complica-se quando pensamos que se ingerirmos três pães sem sal por dia ou dois pães do tipo integral, somados à restante alimentação já estamos a exceder o consumo médio diário de sal recomendado pela OMS.
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