Gostei de ler a "Pequena crónica do banal", de Baptista-Bastos, no DN de hoje. Eis um resumo:
Os pais portugueses são os menos brincalhões da Europa: apenas 6% divertem-se com os filhos. Nenhuma interpretação semântica escapa a esta evidência. O sentimento de "pertença", corolário de um conceito de relação, e este como vector da ideia de cidadania, está a mirrar. O sistema aniquilou as redes de comunicação que permitiam a troca de valores e a difusão dos afectos. E está a dissolver o amor. (...)
O cenário é aquela fronteira densa e excessiva, sem enigma nem segredo, que todos conhecemos. A mulher sai do emprego, corre às compras no supermercado, coloca-se, desanimada e democrática, na bicha do autocarro. (...)
Os homens enfiam-se no carro. (...) Almejam chegar a tempo de assistir a um dos 122 programas sobre futebol que todas as televisões transmitem, com pedagógica alegria. Chegam, ligam os aparelhos, sentam-se.
A mulher apareceu finalmente. O homem ouve-a: está concentrado no que afirma um comentador. Nem olha para a mulher, a mulher dá-lhe um beijo rápido, rotineiro e indiferente. "Que é o jantar?", pergunta ele. Pergunta por perguntar. Os seus plurais interesses resumem-se a ouvir a palavra culta e eloquente daqueles sábios acerca do jogo que ainda se não realizou. Intervalo. "O menino?", pergunta o pai. "Ficou em casa da avó", diz a mãe."Ah!", responde ele.
Não resisti a sugerir, a Baptista-Bastos, a escrita de uma crónica sobre os pais que brincam com os filhos. É mais construtiva. Além disso, interrogo-me como terão chegado à conclusão que apenas 6% dos pais portugueses brincam com os filhos. É a estatística no seu melhor! Já agora, qual a percentagem dos pais que deixam o menino na casa da avó?
1 comentário:
detestei olhem na net podiam por assim comclusao sobre o voleibol
nao acham???????????????????????
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