domingo, 23 de setembro de 2012

Como a Universidade pública americana foi morta?


(1) reduzir os subsídios e os apoios, purgando as instituições respeitáveis de pensadores de esquerda que apenas promovem a contestação, alterando cursos e currícula, esvaziando as artes e humanidades e promovendo a vertente profissional; 
(2) produzir mestrandos e doutorados em excesso, desvalorizando e emprobrecendo os professores que passam a ser contratados ao semestre, sem segurança social;   
(3) substituir as direções das universidades por administradores que obedecem à lógica empresarial do negócio e do lucro, dependendo das grandes corporações que os financiam  e lhes pagam salários de luxo enquanto desviam esse dinheiro de quem realmente ensina e de quem aprende; 
(4) introduzir a cultura e o dinheiro empresarial, transformando a universidade outrora lugar de desenvolvimento de valores académicos num lugar de valores empresariais, de treino profissional focado apenas no lucro imediato, transformando outrora laboratórios de investigação séria e pura em fábricas às ordens das corporações, transformando pensadores e investigadores independentes em meras prostitutas de corporações colonizadoras; 
(5) destruir os estudantes, primeiro fazendo com que eles, em vez de aprenderem a pensar, a questionar e a raciocinar, aprendam a enfrentar testes e exames, a obedecer, a seguir regras, a aguentar o abuso e o absurdo, e depois aumentando significativamente as propinas para impedir os pobres de entrar nas faculdades.

(retirado de Ondas 3)

2 comentários:

OLima disse...

Obrigado pela referência.

Anónimo disse...

Ora aqui está um tema pertinente! Infelizmente é este o caminho que estamos a seguir. Ainda ontem via o JT da TF1 e, numa reportagem sobre o ensino superior fancês, retive duas coisas:
1º Taxa de reprovação no 1º ano de 50%, ou seja não se facilitou o ensino para todos passarem e figurarem nas estatísticas.
2º Como combatem eles a desmotivação dos alunos perante as dificuldades do 1º ano universitário? Colocando psicólogos e tutores (professores) à disposição dos alunos para os atenderem individualmente, aconselhando-os e procurando motivá-los.
Não seria este o caminho a seguir?
LG