"...o procedimento científico é o seguinte: suponhamos que o leitor está a ver uma parede à sua frente. Olha, aprecia e determina: é uma parede. Mas um cientista não pode fazer isso. Tem que provar. Uma solução é dar uma grande cabeçada no objecto (...). Sem este método experimental não há ciência. Uma vez partida a cabeça, é preciso testar outra vez, porque uma prova não chega. Arranja-se mais um valente lenho na testa e já se pode publicar um artiguito numa revista internacional, dessas, das certificadas. (...)
Isto é assim nas ciências exactas (...)"
Este exemplo apresentado por Paulo Varela Gomes ("Estupidez", Público, 4 Junho) dá vontade de rir, mas, na minha opinião, não traduz o que se passa na Ciência.
1.º, seria fantástico se todos os "leitores" vissem a verdade científica: "é uma parede". Perante uma parede, uns vêem um muro, outros, um poste, outros, uma porta, etc.
2.º, O método utilizado ("a cabeçada") para provar que é uma parede não serve. Os cientistas têm de encontrar um método adequado, para conseguirem dar uma resposta fiável. "À cabeçada", a resposta tanto poderia ser um muro, um poste, uma porta, etc.
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