terça-feira, 22 de julho de 2008

Alimentar o cérebro

No DN de hoje: No estudo publicado na edição de Julho da "Nature Reviews Neuroscience", Fernando Gomez-Pinilla [professor de Neurocirurgia da Universidade da Califórnia] conclui que alguns alimentos têm efeitos tão importantes que são "como medicamentos". Os ómega 3, por exemplo, melhoram a aprendizagem e a memória e ajudam a combater doenças como a depressão, a esquizofrenia e a demência, diz o professor. Estes ácidos gordos, que podem ser encontrados em peixes como o salmão, nas nozes e nos quivis, contribuem para a flexibilidade das ligações sinápticas no nosso cérebro, fundamentais para a aprendizagem.
Outra conclusão do trabalho do norte-americano é que os antioxidantes são essenciais para o cérebro porque este é particularmente sensível aos danos resultantes da oxidação - como consome muita energia gera muitos químicos oxidantes. Além disso, o tecido cerebral contém muito material sujeito à oxidação, sobretudo as membranas gordas das células nervosas. E também há alimentos que ajudam a afastar alguns tipos de depressão: o ácido fólico funciona como estabilizador do humor, por exemplo.
Os efeitos dos alimentos no cérebro são tão profundos que a saúde mental de muitos países pode ser relacionada com a alimentação tradicional, diz o cientista. Por exemplo, a curcumina, presente no açafrão, reduz os problemas de memória nos animais com danos cerebrais. Acontece que o açafrão é um dos principais ingredientes do caril, muito consumido na Índia, onde a incidência de Alzheimer é menor do que no resto do mundo. Coincidência? Muitos cientistas acham que não.

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