segunda-feira, 28 de maio de 2007

Pais à beira de um ataque de nervos

Na revista "Única", da última edição do "Expresso", encontrei um excelente dossier sobre educação, com o título em epígrafe. Vale a pena lê-lo na íntegra, nomeadamente a entrevista a Javier Urra. Com a devida vénia, deixo aqui alguns excertos dessa entrevista:
Os pais protegem [os filhos] da realidade e a realidade que absorvem é a transmitida pelos meios de comunicação e de consumo que fazem um discurso altamente valorativo da juventude.
Não se trata de dizer «sou tua mãe e por isso castigo-te». Antes de mais, sou uma mulher, ou um homem que sei o que quero, que te admito muitas coisas, que gosto de ti, que tenho um vínculo contigo, mas que vou ensinar-te regras. Regras básicas. Cumprir obrigações, respeitar horários, penalizar a desobediência. Não se trata de educar como educaram os nossos pais. A sociedade mudou muito.
Pelo menos uma vez, um pai deve dizer ao filho: «Um dia vais morrer, a vida não é eterna.» Também deve dizer: «És importante, mas não és mais importante do que eu, nem do que os teus avós, nem do que o teu professor.»
Transcrevo também alguns conselhos de Daniel Sampaio e Javier Urra, para evitar «ditadores de trazer por casa»:
Ensinar-lhes o sentido do outro. Uma criança com um ano começa a explorar o mundo e os pais devem introduzir o não. E explicarem-lhes: isto é da mãe, isto é do pai, isto é teu. Aos dois anos, devem começar a arrumar os seus brinquedos e a respeitar o que não é seu, caso contrário perdem o sentido da regra e do espaço que é pertença do outro.
É absolutamente interdito que uma criança levante a mão. Uma palmada de um filho de cinco anos não dói, e por isso alguns pais desvalorizam. Este é o caminho mais curto para formar um pequeno tirano.

Sem comentários: