Comentando, na Rádio Renascença, um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) sobre o ensino superior, o ministro Mariano Gago disse que “quase não há desemprego entre licenciados” e que “ao fim de um ano de saídas do ensino superior”, não existe “ninguém desempregado”.
Analisando o relatório em questão, vejo na tabela 3.1, página 23, o seguinte: em 2006 (1.º quarto), o número de desempregados com educação superior era de 42,3 mil (se repararmos na população total com educação superior e na população trabalhadora com educação superior, encontramos 131 mil). Em 2000, eram 15,3 mil, tendo aumentado, anualmente, até 46,2 mil (em 2005); estranhamente, em 2006, decresceu ligeiramente (sem significado estatístico). Na minha opinião, estes números (faltam os n.ºs de 2007) não permitem dizer que "quase não há desemprego entre licenciados".
PS-Esta notícia tem merecido inúmeros comentários no sítio do Público, entre os quais este, assinado por João, de Lisboa: Concordo plenamente com o sr. ministro e saúdo-o pela observação, mas com uma pequena ressalva: o sr ministro esqueceu-se de comunicar que os licenciados a que se referia são os filhos de ministros, dos presidentes e dos políticos, em geral. Essses estão espalhados pela PT, ministérios, empresas públicas, etc. Naturalmente que o desculpamos, pelo lapso!!!!!!
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